sábado, 20 de fevereiro de 2016

ARGENTINA, BRASIL, ASEAN e o MERCOSUL

ASEAN (associação dos países da Ásia do Sul - China, Japão, Índia e Coreia do Sul são os principais atores)

Argentina e Brasil são os principais parceiros e atores do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), criado em 1991. Mas já vem um bom tempo que este bloco econômico não vem impulsionando as relações comerciais entre os países-membros.

A expansão da China, embora um pouco mais lenta no momento, fez aumentar muito as exportações da Argentina para o sudeste Asiático. Em contrapartida, a retração econômica brasileira fez diminuir as exportações argentinas para o MERCOSUL em cerca de 20%.

Na Argentina, a eleição presidencial do Maurício Macri, representante da direita de commodities (trigo, soja, petróleo) deve enterrar de vez o projeto de integração dos mercados e dos povos da América do Sul.









quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

CINGAPURA NA GEOPOLÍTICA DO PACÍFICO!!

Um país de 719 kmpode ser o grande responsável por aproximar as grandes potências que cercam o sul Oceano Pacífico: Japão, China e Índia.

Japão e Índia tem aproximado asin redes de comunicações entre as suas Marinhas para combater atos de pirataria no Mar do Sul da China (que não é exclusivamente chinês). Essa aproximação favorece a presença dos EUA na área, que é parceira destes dos países.

E Cingapura? Este pequeno país ao sul da Malásia é um grande promotor da ideia da livre navegação no sul do Pacífico - ideia defendida pelos EUA  e seus parceiros. E tem, por isso, aumentado as relações comerciais com Índia e Japão.

A grande importância de Cingapura são seus laços culturais e comerciais com a China. Mas a sua moeda é o dólar. Assim, aproximando Japão e Índia através da ASEAN (bloco econômico e político que reúne os países do sul da Ásia), Cingapura pode aproximar EUA e China, que são hoje as duas maiores potências mundiais.

Tamanho territorial nem sempre é documento!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Os indígenas e o Estado brasileiro

Este mapa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra a distribuição das populações indígenas no Brasil. Acho que não existe estado sem a presença dos povos nativos das Américas. Embora a onipresença indígena, as marcas do colonialismo são muito fortes: assassinatos, conflitos com fazendeiros não-resolvidos pelo judiciário, falsa autonomia sobre
as terras, demarcações incompletas, etc.
Outro exemplo da relação desigual dos indígenas com o Estado brasileiro é a "tutela indígena", termo que começou a cair em desuso apenas na Constituição de 1988. O Estado brasileiro, antes, considerava os índios incapazes de conseguir aprender o que os homens brancos aprendiam, ou seja, não tinham a sua capacidade intelectual plenamente desenvolvida. Uma lei de 1962 dizia que "Os silvícolas ficarão sujeitos ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, o qual cessará à medida que se forem adaptando à civilização do País". Quer dizer, ou aprendia a ser cristão ou seria considerado como um animal (ou pior, um eterno retardado).

A Constituição de 1988 finalmente reconhecia a civilização indígena como completamente desenvolvida, mas ainda com certas restrições de autonomia da terra, mas dessa vez por questões econômicos e não raciais. A nossa Carta Maior buscava substituir o paradigma da "integração" para o da "interação". Um exemplo da preocupação econômica da exploração de terras indígenas é o parágrafo 3º do Capítuo VIII da Constituição de 1988:

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

Mas em 2014 foram 138 assassinatos, 135 suicídios (associados à falta de perspectiva) e 785 mortes infantis por falta de atendimento médico e condições sanitárias. Isso numa população de pouco mais de 800 mil pessoas. A legislação avançou, mas de maneira geral, a relação dos povos europeus com os povos nativos continua sendo violenta e colonialista.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Estudar escutando música é uma boa?

Normalmente não. Estudar é um condicionamento do cérebro. Então se você está estudando para o ENEM, que são provas de 5 horas de duração, em silêncio e individual, condicionar o cérebro a ouvir música enquanto estuda pode facilitar os famosos "apagões" que são tão comuns entre os candidatos. Assim, mesmo que se tenha facilidade em aprender ouvindo música (músicas calmas e sem letra são mais recomendadas ainda nestes casos), é uma boa dica que, às vezes, você estude sem os fones de ouvido, de maneira a simular uma situação de prova. E isso vale, também, para quem estuda deitado. A postura e o condicionamento emocional, assim como os conteúdos, fazem parte da seleção da prova.

Leia, exercite, concentre-se e mergulhe nos livros!

Lembrem-se sempre: quem tem objetividade vai mais longe!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

CHEGOU O VERÃO 2016!

Na madrugada de segunda para terça (21/12/2015) começa o verão no hemisfério Sul do planeta Terra. Na teoria, o que acontece é o seguinte:


Os raios solares são mais intensos no trópico (de Capricórnio), um pouco menos intensos na linha do Equador e muito mais fracos no hemisfério Norte, onde começa o inverno. Lá no final de março de 2016 esse movimento mudará, quando começar o equinócio de outono no Sul.

Isso é o que acontece na teoria. Na prática, o que acontece é um calor intenso, com sérios danos respiratórios em parte da população. O consumo de energia elétrica atinge seus maiores picos e, quando chove pouco, a poluição atmosférica chega a níveis insuportáveis. Pessoas e animais sofrem, e buscam refrescar-se da maneira que podem.



Na região Sul, já que é época de El Niño, as temperaturas devem manter-se amenas e as chuvas constantes.

Uma consequência do aumento das chuvas é o aumento dos reservatórios das hidrelétricas, o que vai garantir o fornecimento de energia elétrica  para o país sem cortes e racionamentos.

Outra consequência do aumento das chuvas nessa época do verão, é que a safra de uva para sucos e vinhos não deve ser tão boa e as vinícolas do Sul precisarão equilibrar artificialmente o gosto de seus premiados vinhos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A Dilma e o impeachment - desvendando o cenário político brasileiro

Essa semana teve babado forte no Congresso brasileiro! O deputado Eduardo Cunha aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment contra a Presidenta Dilma. O processo foi aberto pelo Tribunal de Contas da União. A União é uma entidade política acima dos estados e o TCU é um Tribunal que não é ligado a nenhum outro dos três poderes: nem o legislativo, nem o judiciário, nem o executivo. É o que se chama de um órgão independente. Nem por isso, deixa de ter influência política. Joaquim Barbosa, por exemplo, chamou o TCU de “playground de políticos fracassados”.
Abertura de processo não significa que ela foi condenada e sim que vai ser investigada. Por que ela será investigada? Por causa das PEDALADAS FISCAIS. O que seriam as pedaladas fiscais? O governo, apertado nas contas e com índices econômicos negativos, resolveu adotar as PEDALADAS FISCAIS. É o nome dado para a tática que o governo teria usado para cumprir as suas metas fiscais, ou seja, pagar suas dívidas. Isso mesmo: do mesmo jeito que o senhor e a senhora tem dívidas e precisam acertar as contas com os bancos, com o governo acontece a mesma coisa. Então, o Tesouro Nacional teria atrasado repasses para bancos públicos e privados que financiariam despesas do governo, entre eles benefícios sociais e previdenciários, como o Bolsa Família, o abono e seguro-desemprego, e os subsídios agrícolas. Porém, os beneficiários receberam tudo em dia, porque estes bancos acharam que seria mais rentável para seus cofres e menos desgastante politicamente assumir, com recursos próprios, os pagamentos das despesas . E decidiram, assim, aumentar a dívida do Brasil com os bancos ao invés de cortar os repasses.

Se as pedaladas são inconstitucionais ou não, depende mais de apoio político do que de parecer técnico e jurídico. O que isso significa?  
O Tribunal de Contas da União, TCU, entrou com o pedido de impeachment. Este pedido precisa ser aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, mas o deputado  Cunha só aceitou quando a cúpula do PT disse que não apoiaria Cunha se ele fosse condenado, permitindo que ele fosse condenado (já que, ao que tudo indica, ele é culpado). E então, abriu-se o processo.
Vejam a situação: Dilma está sendo processada por ato administrativo, ou seja, por má fé e não por corrupção. Já Eduardo Cunha está sendo processado por envolvimento em várias situações de corrupção, participação na Lava-Jato, conta na suíça, etc. Haverá, então uma votação no Congresso e os parlamentares decidirão se apoiarão Eduardo Cunha ou Dilma. Sinceramente, acho muito difícil que a maioria esteja com o Cunha.

CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
Mas qual o contexto histórico e geográfico que envolve essa questão do impeachment?
O Brasil é uma instituição política bastante estável (esta estabilidade é reconhecida mundialmente) e a atual disputa política é histórica no país. São a disputa entre agrupamentos políticos que disputam o poder desde o início do século 20: os liberais, os desenvolvimentistas e os socialistas brasileiros.
E os contextos histórico e geográfico?
O contexto é histórico porque vem acontecendo sucessivamente pelo menos desde a década de 1920.
O contexto geográfico se dá porque também há uma disputa territorial que envolve fluxos financeiros e de mercadorias e a inserção do Brasil no cenário internacional. 
Vamos, lá. Simplificando:
O movimento político liberal tem suas origens lá no século 19. Existia uma classe que era a dona da mão de obra escravizada. Eles alugavam, compravam e vendiam essas pessoas para os fazendeiros. Esta mesma classe também facilitava a exportação dos produtos agrícolas e, claro, oferecia o comércio de produtos importados, que iam desde móveis e futilidades até implementos agrícolas e contratos com governos de venda de estradas de ferro e equipamentos para as locomotivas. Quando a mão de obra assalariada passa a ser gradativamente adotada, aí sim essa classe liberal ganha mais autonomia política. Eles passam a ter agências de financiamento para as contratações, aumentando o seu poder institucional. Certamente, os comerciantes tinham laços mais fortes com os produtores mais ricos, que na época, entre 1850 e 1900, eram os cafeicultores de RJ e SP.
Essa aliança entre produtores e comerciantes derrubou a família imperial. E permaneceu no poder até 1930.
Os desenvolvimentistas surgiram na década de 1930. A política liberal estava desgastada porque o preço dos importados subia e a exportação agrícola (de café, principalmente) perdia preço no mercado internacional. Então uma aliança entre oligarquias do Nordeste e do Sul, resumida na figura do gaúcho Getúlio Vargas, tirou os liberais do poder. Os desenvolvimentistas fortaleceram e modernizaram a máquina burocrática brasileira. Os setores-chave da economia foram estatizados para garantir o desenvolvimento da indústria nacional e protege-la contra a desleal concorrência internacional das indústrias inglesas, alemãs e norte-americanas.
A ditadura civil-militar – de 1964 a 1985 – garantiu um desenvolvimentismo que excluiu a classe trabalhadora.
A década de 1990 viu voltar a política liberal liderada, como sempre, pelos políticos do Sudeste (no caso, Itamar e FHC), que voltam a investir na força do comércio de importados, no fortalecimento de agências privadas de financiamento e na diminuição da força do Estado através da privatização dos setores chave (eletricidade, petróleo, minério de ferro, comunicação).
Nos anos 2000 volta a política desenvolvimentista, com o Lula, do PT. Daí a crítica de que o PT abandonou o seu projeto de esquerda. A política capitalista fica entre liberais e desenvolvimentistas. Já o projeto socialista brasileiro pretendia a organização da sociedade civil acima da disputa pelo controle dos meios de produção. Mas, claro, este projeto não tinha força política suficiente. Lula percebeu isso e fez retomar a política desenvolvimentista, mas dessa vez com a participação das centrais sindicais, valorização do salário mínimo, proteção da indústria nacional e aumento da proteção social do Estado. Mas essa aliança desenvolvimentista, embora tenha favorecido as classes trabalhadoras, favoreceu muito as oligarquias e empresas nacionais, porém não sem o componente corrupção absolutamente presente, como em todos os projetos desenvolvimentistas desde a década de 1930.

E então Lula apoiou para sua sucessão uma mulher que não tinha história política firmada no PT e, portanto, não fazia parte dos conchavos com as construtoras nacionais e as oligarquias. Dilma, portanto pretendeu investir num desenvolvimentismo mais técnico, fortalecendo as instituições e diminuindo a influência das oligarquias. Mas não teve apoio político suficiente. Hoje ela está entre um PT corrupto e enfraquecido, de um lado, e os liberais de outro lado – e que querem o fim do desenvolvimentismo – com ou sem o PT. 

Quem esteve no poder no governo brasileiro desde a implementação da república:








LIBERAIS
1889-1930

1945-1950

1990-2002

DESENVOLVIMENTISTAS

1930-1945

1950-1990

2002 até hoje

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O FENÔMENO EL NINÕ

"El Niño", um termo que praticamente todo mundo já ouviu falar. Mas... que fenômeno da natureza é este?

É o nome que se dá para o aquecimento acima do normal da temperatura da água do oceano Pacífico, mais precisamente na zona do Equador, como mostra a elipse na imagem abaixo:



O aquecimento das águas do Pacífico nesta região acarretam um enfraquecimento dos ventos alísios, que vão na direção leste-oeste (a corrente do Peru).




O fenômeno El Niño é considerado normal pelos cientistas, mas a sua intensificação não. Estas alterações climáticas são causadas pelo excesso de emissões de gases poluentes na atmosfera, como o CO2 (gás carbônico) e o gás metano. Estes gases são emitidos tanto pela indústria quanto pelo rebanho bovino (estimado em cerca de 1 bilhão de cabeças em todo o mundo). E, este caso, não podemos esquecer, também, que o oceano Pacífico está entre as maiores zonas industriais do mundo: China e Japão a oeste e os EUA a leste.






Associado a isso, o desmatamento das grandes florestas faz diminuir a evapotranspiração da superfície terrestre, tendo como consequência maiores alterações climáticas: desertificações, chuvas torrenciais, etc. A evapotranspiração ajuda a manter a umidade do ar, que é um componente muito importante na manutenção da temperatura de uma determinada região. Quanto menor a umidade, maiores são as variações de temperatura.

Como consequências do aquecimento do Pacífico, temos:


  • secas severas no Nordeste e diminuição das chuvas nas região Norte do Brasil.
  • No Centro-Oeste o sul, com maior influência do clima sub-tropical está mais chuvoso e o norte com suave diminuição das chuvas. 
  • Na região Sul, há grande aumento na quantidade de chuvas e que causaram, agora na primavera de 2015, prejuízos incalculáveis pelas perdas humanas e pelo deslocamento de população. 
  • Na região Sudeste há sensível aumento da temperatura, mas não necessariamente aumento das chuvas.




Como solução em nível mundial, a ONU tem reunido lideranças políticas anualmente para buscar soluções para diminuição da emissão de gases e do desmatamento, diminuindo o impacto da nossa produção industrial e alimentícia. Um passo importante que já foi dado é o da "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", onde os países industrializados reconhecem a sua maior responsabilidade sobre os danos ambientais. O próximo encontro será em Paris, em dezembro de 2015.



imagens:
http://meioambiente.culturamix.com/natureza/ventos-alisios-caracteristicas-gerais
http://www.ilmeteo.it/notizie/el-nino-piu-forte-secole-previsioni-meteo-inverno-neve-gelo-burian-video