Pablo Escobar, colombiano, maior narcotraficante da história da América do Sul, foi assassinado em 1993. Outro dia vi um breve documentário sobre quem teria matado Escobar, se a polícia ou outro grupo de narcotraficantes. O nó da questão estava no quanto a polícia precisou se envolver com outros grupos criminosos para resolver a questão de Escobar. E não era só a polícia colombiana, era também a americana - a CIA.
O ponto a que quero chegar é que entre as polícias, o grupo de Pablo e o outro grupo de narcotraficantes, havia a população, morrendo gratuitamente aos milhares nessa guerra. Pablo Escobar morreu e o narcotráfico continuou firme e forte, organizado de outra maneira. E a guerra "Estado X Narcotráfico" cresceu no restante da década de 1990, e continuava mantendo o resto da população colombiana refém. Muitos inocentes foram mortos e não era apenas entre os mais pobres. Ataques terroristas com bombas explodindo prédios e locais públicos era frequente.
Aqui no Brasil acontece de igual maneira nas favelas e bairros mais pobres de grandes e médias cidades, ou no interior do Brasil, na rota do tráfico internacional. Existe uma guerra entre o Estado e o tráfico de drogas. Os donos do tráfico querem manter seu poder e seus negócios na América Latina. O Estado quer diminuir esse poder e controlar o fluxo dessas substâncias. Essa guerra se trava nas favelas, onde os jovens são recrutados tanto como soldados da polícia quanto como soldados do tráfico (o que, claro, é muito pior). Ambos morrem. Oxalá nem todos. Mas o estado de guerra não permite que a maioria dos que sobrevivem prosperem.
Mas os que conseguem prosperar carregam a esperança de que isso vai mudar.
E eu acredito na prosperidade da população brasileira.
Aqui vai o poema escrito pelo Jorge Terra, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul,.
https://jorgeterra.wordpress.com/2015/09/12/outras-formas-de-falar/
JUVENTUDE NEGRA
A polícia chega
e inseguro fico.
Ando pelas ruas chuvosas
sentindo calor e medo.
Ando apressado
e não vejo ninguém.
Seria romântico o escuro
se não fosse a falta de luz.
Ando pelas ruas chuvosas
sem poder crer
que será diferente amanhã.
Uns dizem me respeitar,
outros até me ofendem,
mas a força está em mim
e eu vou superar.
Minha causa rende votos
então há falas bonitas
e gestos que parecem amistosos.
Uns gritam por mim
até conseguirem sustento.
Mas eu sou maior do que isso,
não sou relógio,
eu sou o tempo
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
A POLÍTICA EXTERNA DE BARACK OBAMA
Barak Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos em 2009. Ele defendia a retirada das tropas do Iraque e a diminuição das intervenções militares nos países do Oriente Médio e norte da África. 2009 foi também o ano seguinte ao da maior crise dos EUA desde as duas crises do petróleo na década de 1970. Ou seja, não tinha dinheiro para manter a presença massiva do exército e da aeronáutica na região. Não teve outra saída: diminuiu sensivelmente os efetivos militares e passou a pensar duas vezes antes de se meter em outras encrencas. Obama evitou, por exemplo, dar ouvidos ao Primeiro-Ministro iraquiano, Nouri al-Malik, que pedia a intervenção estadunidense para evitar protestos civis e o fortalecimento da oposição.
A conclusão de Obama é que as intervenções militares sem o amadurecimento político não tem ajudado a fortalecer a democracia na região. Acho que especialistas de relações internacionais do mundo inteiro desconfiavam disso. Mas não nos EUA. A próxima administração da Casa Branca deve voltar a aumentar os efetivos militares no Oriente Médio e no norte da África, aumentando a violência.
Países onde aconteceram a Primavera Árabe (entre 2010 e 2011) e a intensidade das manifestações |
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
REFUGIADOS CLIMÁTICOS
Me chamou muito a atenção uma reportagem na revista Le Monde Diplomatique chamada "Os conflitos climáticos". Muito geográfico!
O artigo era sobre como uma seca no leste chinês e o aquecimento global poderiam ter influenciado as revoltas no Oriente Médio - entre 2010 e 2011 - conhecidas como Primavera Árabe. O aumento da temperatura média global tem gerado o deslocamento de chuvas e desertificação em áreas com chuvas já escassas. De 2006 a 2010, na região que compreende o Iraque, Síria, Líbano, Israel e Jordânia, houve uma grande seca e que quebrou boa parte da produção agrícola. Isso fez com que dezenas de milhares de camponeses se deslocassem para as cidades em busca de sobrevivência, aumentando as tensões urbanas, o desemprego, a pobreza e provocando a insatisfação contra os governos locais.
A SECA NO LESTE CHINÊS E O PÃOZINHO NO EGITO
http://extremes-fdksyn.blogspot.com.br/2012/03/maior-tempestade-de-areia.html |
As mudanças climáticas globais têm alterado os ciclos produtivos do planeta e deslocamentos em massa em função disso vêm acontecendo, segundo o IPCC (Painel da ONU sobre mudanças climáticas).
Porém, os órgãos oficiais que tratam de refugiados têm se negado a chamá-los de 'refugiados climáticos', afirmando que não se têm dados precisos sobre o motivo do deslocamento das pessoas.
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