segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A ROTA DA MIGRAÇÃO PARA A EUROPA

Sabe-se que o que gera o deslocamento em massa de milhares e (às vezes milhões) de pessoas é o flagelo da guerra (civil ou entre países), a miséria, fome, etc. A guerra civil na Síria e na Líbia tem gerado a emigração de centenas de milhares de pessoas em direção à Europa. A BBC, jornal da Inglaterra, noticiou, dia 31/08/2015, as principais rotas migratórias da África para a Europa, comparando a quantidade de migrantes do ano de 2014 com o primeiro semestre de 2015.

link da foto: http://www.unhcr.org/55d74aef6.html 



A maioria dos emigrantes segue a rota através do sul da Itália, onde a quantidade de pessoas emigrando tem se mantido estável do ano passado para cá.

Já a entrada pela Hungria, a segunda maior rota, teve o registro de cerca de 50 mil pessoas em 2014 e já está em mais de 130 mil este ano! E o que chama mais a atenção são as condições miseráveis dessas pessoas.

O objetivo da maioria dos migrantes é atingir a Hungria, que faz parte do Espaço Schengen, que são o conjunto de países da União Europeia (menos Inglaterra e Irlanda) onde se pode atravessar a fronteira sem a necessidade de apresentar documentos e comprovar sua origem. Teoricamente, lá eles teriam mais liberdade e empregos melhores. Mas também existem restrições legais quanto a entrada e permanência de imigrantes mesmo nos países que assinaram o Tratado Schengen.

Enfim, o tema da migração é um tema sensível que não pode ser tratado apenas tecnicamente. O Brasil tem recebido também imigrantes de diversas localidades e eles nem sempre têm sido bem recebidos aqui. Como se nossa sociedade não fosse praticamente toda formanda por pessoas vindas de outros continentes.

 


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CIDADÃOS DE PRIMEIRA!!

Nas grandes cidades há diversas camadas de cidadania. Existe o cidadão que pode usufruir de toda a metrópole e existe o cidadão que pode usufruir apenas parte dela, como se fosse uma cidade pequena. Moro no bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, um bairro a menos de 10 minutos - de carro - até o centro da cidade. Outro dia eu estava voltando de um dos colégios onde dou aula e uma pessoa na rua na péssima condição de mendicância e que volta e meia eu ajudo, me cumprimentou e perguntou:

- Sabe há quanto tempo eu não vou ao Centro? Sabe há quanto tempo não saio do Cristal? Faz mais de 2 anos!

- Mas por que?

- Tem tudo que eu preciso aqui. E se eu sair a polícia me incomoda.

Fiquei então repensando o espaço das cidades. O espaço da cidadania. No livro do Milton Santos (O Espaço do Cidadão) tem o capítulo Território e Cidadania, onde ele indaga, para quem é real a rede urbana?

A resposta é que os serviços urbanos - públicos e privados - são localizados pela lei da oferta e demanda, ou seja, os melhores serviços são para quem paga mais. Assim, a localização das pessoas em território urbano é produto da combinação entre forças de mercado e ações de governos.

O local determina o valor da pessoa.

E da mesma maneira que uma cidade tem este tipo de ordenamento de cidadania, em escala nacional acontece o mesmo. Os melhores serviços, públicos e privados, são ofertados nas cidades mais ricas: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O DIREITO A UM FINANCIAMENTO AMPLO, POPULAR E JUSTO!

POR QUE NÃO DEVEMOS SER APOLÍTICOS? 



Você pode não gostar do PT, mas a política não pode ser feita apenas por grandes empresários. Tem que ter participação dos trabalhadores, de quem vive de salário. Se não gostam do Lula e da Dilma que sejam outros. Se não gostam do PT que venha outro que represente melhor os trabalhadores. Mas a política no Brasil não pode ser feita somente por grandes empresários e fazendeiros!

A classe empresarial não vive apenas de lucros e reinvestimentos destes lucros. Vive, principalmente, de financiamento público. Então quando um governo nega financiamento público para pessoas físicas com renda média e baixa (até uns 4 ou 5 mil), está negando um direito básico que é a partilha dos impostos. Ora, se o dinheiro não vem para essa parcela da população, significa que está indo apenas para grandes empresários, banqueiros e fazendeiros. Ou seja, os donos da política. Então, para uma pessoa sem posses ter acesso a crédito para comprar uma casa em 4 ou 5 anos, é preciso haver uma ampla transferência de renda dos grandes empresários para os pequenos e médios. E uma ampla transferência de renda através de uma supervalorização do salário. E é impossível haver essa transferência de renda sem ser por meios de uma maciça presença desses setores (pequenos e médios empresários, sindicalistas, intelectuais) na política.

sábado, 15 de agosto de 2015

INDUSTRIALIZAÇÃO - Como começou o processo industrial no Brasil?

Quando o Brasil tornou-se República, em 1889, nossa economia era agrária e extrativista. A economia chefe era a plantação de café. Até 1930 não existia uma preocupação maior em industrializar o país, até que a Grande Crise de 1929, fez tornar mais clara a situação de que a economia de um país deveria diversificar-se o máximo possível e em direção ao processo de industrialização.

Mas como fazer?

O Brasil vinha se industrializando desde 1850, quando parte do lucro do café estava sendo revertido para melhorar a produtividade do próprio café, com a compra de novas tecnologias agrícolas, como arados sem tração animal, produtos químicos e a implantação de ferrovias. Diversas feiras agrícolas eram realizadas anualmente para se vender e atrair essas tecnologias produzidas na Europa e nos EUA. Essa grande importância econômica fez com que os grandes dirigentes políticos do país fossem ligados,direta ou indiretamente, aos produtores de café.


Mas na década de 1930, após a Grande Depressão, a crise atingiu em cheio o preço do café,baixando-o em cerca da metade do preço que vinha sendo vendido. Para fugir da crise se exigia uma diversificação da produção. E a política do Brasil passou a ser, também, incentivar quem quisesse ter ou aumentar a produção de produtos industrializados. Como a mecanização do café fez aumentar as cidades e a população urbana, já tínhamos um pequeno grupo de famílias (em sua grande maioria imigrantes europeus) em São Paulo  que produzia artigos básicos como velas, roupas e tecidos. A partir dessa formação que se vai incentivar a produção industrial a partir de uma política conhecida como SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES.

a Substituição de Importações consistia em aumentar a tarifa de produtos importados, tornando-os mais caros. Ao mesmo tempo, diminuir as taxas de importação de máquinas, deixando-as mais baratas. Dessa maneira, valia a pena produzir outros produtos industrializados para serem consumidos no nosso país, já que o mercado interno vinha aumentando. A partir daí o café foi passando a não ser mais o principal produto da economia brasileira (o que aconteceu efetivamente a partir de 1960) e não mais dependiam só dele a estrutura política do país.

domingo, 9 de agosto de 2015

Brasil colonialista X Brasil próspero

Que Rio Grande do Sul queremos? Que Brasil queremos?

O Governo do PMDB, no Rio Grande do Sul, tem tomado medidas bastante radicais recentemente. Corte de salários do funcionalismo público, fechamento de fundações e órgãos ambientais, ameaças de privatizações, etc.

Extraído do site http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3721 em 09/08/2015.O Estado nunca é mínimo. Ou existe algum Estado mais forte que os EUA? O Estado mínimo que a política do PMDB preconiza é mínimo em participação social. Mas do ponto de vista do exército (das Forças Armadas), da polícia, do judiciário, de um sistema religioso (cristão), do sistema de financiamento de indústrias e do agronegócio, o Estado precisa ser forte.

O Estado não lucra, logo ele realoca recursos. Então, para onde iria o dinheiro extra que está sendo gasto? Vai para pagar a dívida (teoricamente). E depois? Será para reforçar as instituições acima citadas.

Observem as estruturas colonialistas de formação da economia, do Estado, dos políticos... é óbvio que a tentativa é de mantê-las intactas.

A leitura que faço é que hoje, é que como a nossa indústria não é apenas de base, para economia industrial um mercado interno fortalecido
Primeiro, qual o tamanho que a classe trabalhista pode ter (pois é ela que, através da política busca a valorização salarial, que é o que fomenta o mercado interno).
Segundo, um choque de civilizações: os imigrantes, os negros, os indígenas. Mas isso não no aspecto cultural (apenas), mas na distribuição de propriedades: que tipo de status deve se dar às terras quilombolas e terras indígenas? Por que não seguir o modelo de distribuição de terras dadas aos imigrantes?

O Brasil só vai avançar quando essas questões forem resolvidas. As estruturas coloniais estão aí, mesmo com as suas contradições.
favorece muito mais do que essa economia simplista de exportação. Mas o fortalecimento desse mercado interno enfrenta dois desafios: