quinta-feira, 9 de maio de 2013

PAPA ARGENTINO?? ISSO MUDA ALGUMA COISA??

Quem é o Papa Francisco? O que ele representa?



“Quando dou comida aos pobres, dizem que sou santo; quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista”. Palavras de Dom Hélder Câmara, arcebispo de Recife, nos anos 1960.
A miséria do continente, com milhões de pessoas morrendo de fome e de sede provocaram a radicalização de um grande número de cristãos, assim como de certo membros da alta hierarquia da Igreja Católica latino-americana. 
Em 1968, um jovem padre teólogo peruano, Gustavo Gutiérrez, apresentou um relatório sobre a “teologia do desenvolvimento”. Ele afirmava que o continente era vítima do “neocolonialismo”, do “imperialismo internacional do dinheiro” e do “colonialismo interno”. Esse relatório marcou o ato de nascimento da “TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO”, que era uma leitura engajada do Evangelho.
Porém, o medo de um comunismo ateu falou mais alto e, em 1967, a Igreja Católica Apostólica Romana declarou seu apoio ao chamado “clero progressista” - que era contrário aos adeptos da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. Gutiérrez afirmava que ao lado do pecado pessoal existia um pecado estrutural, ou seja, uma organização da sociedade e da economia que causam o sofrimento, a miséria e a morte. 
No campo, nos bairros populares e nas periferias de toda a América Latina, uma geração de membros do clero se engajou concreta e politicamente ao lado dos mais desfavorecidos, como o Dom Hélder Câmara, arcebispo de Recife. 

SITUAÇÃO NO BRASIL

As Ligas Camponesas
O Brasil, entre 1950 e 1964, foi caracterizado pelo intenso crescimento urbano e uma rápida industrialização. ´Ao fim da II Guerra Mundial, o mercado internacional de produtos agrícolas e a pecuária aumentaram muito, supervalorizando o preço da terra, o que fez com que os fazendeiros fossem expulsando os camponeses. Porque agora era um excelente negócio vendê-la, o que, até meados da década de 1940,  não valia a pena. Além disso, a mecanização da produção diminuiu drasticamente a utilização da mão-de-obra nas fazendas, empurrando os camponeses analfabetos para as periferias das grandes cidades.
Neste contexto, em 1955, começaram a surgir as Ligas Camponesas. Surgiram ligas de vários pontos do país, sobretudo no Nordeste. As ligas lutavam contra a expulsão da terra e contra o aumento do preço dos arrendamentos.


A Igreja Católica
Lembrando que o contexto da Guerra Fria, entre 1945 e 1989, ou se alinhavam com os EUA ou se alinhavam com a URSS - com exceções, mas não no continente americano. Alguns setores da Igreja combatiam o comunismo, mas reconhecia-se que o sistema capitalista estava criando problemas brutais e uma massa de miseráveis e, com isso, empurrando os pobres para o comunismo.
A Igreja, então,se dividiu em diversas posições, indo do ultraconservadorismo às aberturas à esquerda representadas pela Juventude Universitária Católica (JUC) . Na América Latina, os países mais resistentes às organizações das massas pobres eram: Brasil, Argentina, Chile e Colômbia. E foram nestes países que começaram a denunciar uma "infiltração marxista na Igreja", a partir de 1973.

Entre os adeptos da Teologia da Libertação, estavam o Padre Jorge Mário Bergoglio, o atual Papa Francisco. E, no Brasil, um grande nome adepto dessa corrente era o Padre Leonardo Boff, amigo do já citado Dom Hélder Câmara. Em 1978 assume Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, que se isentou de investigar os crimes cometidos pelas ditaduras militares.

Em 1981, por indicação de João Paulo II, o Padre Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI) se tornou delegado da Congregação pela Doutrina da Fé - a antiga Inquisição - e passou a "caçar" os adeptos da Teologia da Libertação. Em 1985, o Padre Leonardo Boff foi proibido pela Igreja de Ratzinger e Wojtyla de ensinar e de dar declarações políticas públicas. Dom Hélder Câmara foi convidado a se afastar de seu cargo em Recife.   E muitos outros foram sumariamente punidos. Tempos depois, em 1998, João Paulo II deu a comunhão ao casal Pinochet, ditadores do Chile entre 1973 e 1990, quando estes estavam em Londres.

ENTÃO...
o Papa Francisco, primeiro Jesuíta e primeiro latino-americano a ser papa em toda a história, está inserido no contexto em que os líderes que lutaram contra as ditaduras militares são hoje presidentes, juntando-se a dupla Lula-Dilma, Evo Morales (da Bolívia), Hugo Chávez (mesmo com a sua morte, seu movimento político está muito vivo na Venezuela), José Mujica (do Uruguai), e outros ainda.

A Igreja, com o Papa Francisco, deve se alinhar com esses líderes "de esquerda", voltando suas política muito mais para o continente americano do que para a Europa. Há uma grande expectativa de que esse movimento diminua e até acabe com a fome e a miséria de nossos países americanos e, quem sabe, até do mundo.



 



 
 



quarta-feira, 6 de março de 2013

História do Racismo e a conquista dos direitos civis!


A expansão do comércio europeu e o contato com os outros povos

A expansão do cristianismo e do comércio além-mar que os europeus dominaram amplamente a partir do século XV, sempre trouxe consigo a dúvida que pairava na cabeça da elite europeia, sobre se os ameríndios, asiáticos e africanos seriam seres humanos ou apenas animais, uma subespécie. A nobreza europeia já trazia na sua estrutura social a ideia de que os plebeus eram seres inferiores. Vale lembrar que muitos reis e nobres eram ainda bárbaros, ou seja, ignorantes, analfabetos e sem muitos conhecimentos da política de sua época. Quem mandava realmente então? O clero! Os cardeais, bispos, arcebispos eram grandes estudiosos e dominavam na prática o cenário político na Europa Medieval.


http://boilerdo.blogspot.com.br/2012/11/o-capitalismo-matou-milhoes-de-pessosas.html



Mais além, no séc. XIX, com o avanço da ciência, escritores, cientistas e filósofos europeus passaram a desenvolver teorias científicas para justificar os massacres em massa que as novas potências econômicas (Bélgica, Holanda, Inglaterra, Alemanha, entre outros) estavam promovendo na África, Ásia e Oceania. Os colonos frequentemente utilizavam de violência extrema para ocupar territórios e submeter os outros povos: tortura, estupro, linchamento, mortes gratuitas, trabalhos forçados até a morte, sem poupar nem mesmo crianças e mulheres. A ciência passou a estar a serviço dessa ocupação.


A esta época, o Reino Unido dominava o comércio de africanos escravizados e, por isso, partiu deles iniciativa de acabar com este tipo de regime de trabalho. E daí?
Em 1830 a expectativa de parte do Império Britânico era que os 750 mil escravos “libertos” fossem se tornar cristãos (vale lembrar, um cristianismo inglês e protestante, que diferia muito de outros cristianismos, como o da própria Igreja Católica) e camponeses trabalhadores agradecidos pela liberdade ofertada. Quem liderou a luta contra o sistema escravista foram os missionários ingleses que fizeram a campanha pelas suas igrejas, na Inglaterra e nas suas colônias. Na visão deles, os negros eram irmãos inferiores, mas ainda assim irmãos.
Isso se tornou uma visão superada, pois a ciência estava provando o contrário, que negros, ameríndios e asiáticos eram mesmo seres inferiores e jamais atingiriam o nível civilizado da raça branca. O comércio de crânios e ossos de seres humanos para fins científicos era frequente entres ingleses, belgas, alemães, suecos, etc. A política seguinte a essa brilhante conclusão científica era que essas raças inferiores tinham de ser exterminadas, pois estes seres primitivos traziam consigo uma violência intrínseca que ameaçaria a tranquilidade da raça branca civilizada. Os campos de concentração foram criados na África, multiplicaram-se na Ásia e atingiram o Leste europeu. Até chegarem aos judeus, muitos milhões (só na Índia, mais de 30 milhões) foram exterminados da mesma maneira brutal e desumana. 

http://averdadeestampada.blogspot.com.br/2011/01/reducao-da-populacao.html

Na Inglaterra a escravidão terminou em 1833. Nas colônias britânicas, isso representou para os escravos pagarem taxas pelas cabanas miseráveis em que vivam e pagar impostos para a Coroa. Para os proprietários das plantações de cana-de-açúcar representava que a morte de um trabalhador não mais significava um prejuízo.
Com essa mudança no regime de trabalho, a Grã-Bretanha saiu da escravidão para um império colonial mais profundo e vasto, onde os povos inferiores ou se cristianizavam, ou eram exterminados. Isso significa dizer que o fim do regime escravista representou, primeiramente, um aumento vertiginoso da violência dos impérios contra os outros povos do mundo, com a extinção de muitas sociedades.
Influenciados fortemente por essa política inglesa, no Brasil, nossos políticos criaram a “política de branqueamento” que consistia na imigração e utilização de mão-de-obra europeia, e a consequente primeira reforma agrária do Brasil. Alguns brancos ganhariam terras, os mais aptos sobreviveriam e ingressariam na sociedade brasileira, os menos aptos se misturariam com os negros, mulatos e indígenas nos quilombos e favelas Brasil afora! E seriam alvo de violências constantes durante os 2 séculos seguintes.


CIÊNCIA E EUGENIA
O primo de Charles Darwin, Galton Darwin, criou a Eugenia (a ciência para provar a superioridade da raça branca pura) porque estava percebendo que as raças inferiores estavam se reproduzindo mais que a raça superior, incentivando, então, a classe média britânica a se reproduzir e jamais se misturar. Vale lembrar que praticamente todos os grandes políticos das principais potências europeias, como o Winston Churchill, Primeiro Ministro Britânico durante a Segunda Guerra Mundial, eram adeptos da Ciência da Eugenia. Na Suécia, no século XX, em campos de concentração que depois consagraram a política nazista na Alemanha, esterilizou-se à força 60 mil pessoas que tinham defeitos como síndrome de down, miopia, entre outras, que prejudicariam a formação desta raça pura.
(Francis Galton, primo de Charles Darwin)
http://folhaestudantilcom.blogspot.com.br/2007/11/manipulao-gentica-benefcios-e-riscos.html


Apesar de muito difundida na Alemanha e Grã-Bretanha, foi no EUA que a Eugenia perdeu o controle. Nos EUA, 27 Estados adotaram leis eugenistas, que proibiam negros e mestiços de se casarem e de terem filhos.
No início do séc. XX os estados do Sul adotaram leis de separação dos serviços públicos. Entre outras regras estava que os negros não podiam encarar diretamente os brancos, sob pena de serem presos e espancados.
Entre 1888 e 1927 cerca de 3500 negros foram linchados nos EUA. A igreja, o governo, os homens de negócio faziam intensas propagandas propagando o medo. Prédios e casas dos negros eram queimadas e destruídas e quem tentasse resistir poderia ser torturado durante horas ou ver toda sua família morta. Álbuns de família frequentemente continham fotos de negros torturados. A Ku Klux Klan, uma gang criada e sustentada por juízes, médicos, políticos e outras pessoas influentes para matar e torturar negros, no seu auge teve 5 milhões de membros com uma média de 2 linchamentos por semana. O Presidente dos EUA, Harry Truman (45-52) era ex-membro da Ku Klux Klan. Os soldados negros americanos que tinham retornado da II GM eram linchados simplesmente por terem tido a ousadia de usar aquele uniforme. Teve-se o registro, em 1946, da média de 1 linchamento por semana.

Movimento pelos Direitos Civis
E foi neste contexto de violência extrema que surgiram grandes movimentos de resistência dos negros nos EUA, culminando com o Movimento pelos Direitos Civis.
Grandes expoentes do movimento pelos direitos civis: Marthin Luther King, Malcom X, Mohamed Ali, os Panteras Negras...
Malcom X defendeu no início do movimento uma resistência armada, protegendo e patrulhando os bairros negros, contendo a onda de linchamentos por parte dos brancos. Mas obviamente os policiais tinham um aparato militar muito maior e quando Malcom X passou a defender uma resistência pacífica foi assassinado.
Marthin Luther King sempre foi defensor de uma resistência pacífica e quando mais do que resistência, ele passou a defender uma autonomia econômica da população negra, também foi assassinado. E quando os negros passaram a reivindicar os direitos econômicos, a violência policial aumentou ainda mais.





Malcom X 

Panteras Negras
 Marthin Luther King



O Apartheid na África do Sul durou até a década de 80, a violência contra os negros continua até hoje e a realidade econômica dos povos mestiços mudou muito. Mas já não existe a Ciência da Eugenia; um presidente negro foi eleito nos EUA, onde Colin Powell e Condoleezza Rice ocuparam o cargo de Secretário(a) de Estado.

No Brasil o STF pela primeira vez tem um negro que está fazendo um trabalho diferenciadíssimo no Judiciário: Ministro Joaquim Barbosa contra os juízes canalhas defensores das oligarquias racistas, mostrando o lado intelectual do movimento pela igualdade dos povos, ao lado de intelectuais como o Geógrafo Milton Santos, o gaúcho formado em letras e um dos criadores do Grupo Palmares, o Oliveira Silveira, a desembargadora baiana Luislinda Valois e muitos outros. As cotas estão em todas as universidades públicas do país beneficiando essa população mestiça que foi oficialmente considerada sub-raça pela ciência até praticamente a década de 80, mostrando que a luta pelos direitos civis (reconhecidos nas lutas contra a Ditadura Militar/Civil do Brasil) ganhou espaço e culminou com a Constituição de 1988 que tem amplos mecanismos de proteção a estes direitos civis, como a criminalização do racismo. Hoje, a luta tem passado para uma luta pela autonomia econômica, que passa pela erradicação da miséria, democratização das fontes de financiamento de políticas, melhores salários e muito mais investimento em educação.

Oliveiira Silveira

http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/movimentos-lideres-pensadores/afrobrasileiros/oliveira-silveira/853-biografia

 Luislinda

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/12/apos-8-anos-de-espera-luislinda-valouis-e-nomeada-desembargadora.html
 Milton Santos

http://liberdadeaqui.wordpress.com/2011/03/24/saudades-do-mestre-milton-santos/

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A produção da memória afrobrasileira


A partir dos anos 80, as pesquisas sobre escravidão no Brasil começaram a abrir outras perspectivas para a compreensão da vida dos escravos. Os cativos que até então eram considerados apenas como mercadoria, ou força de trabalho, passaram a serem vislumbrados em outros aspectos do cotidiano, tais como em suas relações cotidianas, familiares, em seu universo religioso, entre outros, e isso fez com que os estudiosos pudessem afirmar que os escravos foram sujeitos participantes do processo histórico no qual estavam inseridos, e não apenas mera mão-de-obra.

Sendo hoje um componente cultural muito importante, o termo “nação” era atribuído aos escravos pelos agentes colonizadores (Estado, Igreja, comerciantes) e definido no quadro do Império português. Estas nações eram colocadas junto aos novos nomes cristãos que os escravos recebiam no ato do batismo. Geralmente estas nações correspondiam a um sistema que compreendia territórios, povos, principais mercados onde os escravos eram comercializados e portos de embarque no território africano. Só a partir daí é incorporado pelo grupo. 

Logo, as nações atribuídas pelos colonizadores aos escravos africanos no circuito do tráfico, tais como: angola, benguela, nagô, mina, jeje, entre outras, tiveram impacto significativo na vida desses cativos e nas suas formas de reorganização no Novo Mundo. 

Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, na última década do século XVII, tornou-se urgentemente necessário encontrar escravos que fossem mais fortes e mais aptos para o trabalho nas minas do que os bantos de Angola e do Congo. Isso levou a reabrir o tráfico de escravos entre os portos brasileiros e a ‘Costa da Mina’, como os portugueses chamavam a Baixa Guiné. Neste contexto, “negro” e “crioulo”, que quer classificar, respectivamente, vindo da África e nascido no Brasil.




E como seria a inserção social do cativo? Através do campo religioso, obviamente! Existiam as irmandades da Igreja Católica e para os negros ou crioulos se permitiam as chamadas irmandades de pretos, que obtiveram grande representatividade na sociedade colonial erguidas por escravos e forros, homens e mulheres, e foram um dos únicos ou talvez o único meio de associação legal permitido aos escravos. Elas foram permitidas porque o ritual de morte era o único ritual permitido pelos cristãos aos africanos. E, já que estes ritos deveriam existir - para não atiçar ainda mais a ira dos grupos escravizados e violentados -, que existissem sob a guarda da Igreja Católica. A irmandade tornou-se, então, uma espécie de família ritual, em que africanos desenraizados de suas terras viviam e morriam solidariamente, valorizando as manifestações religiosas como meio de ressignificação cultural e reconhecimento social. O destino dos escravos sem proteção confrarial (não filiados a irmandades como a Irmandade do Rosário dos Pretos) era o valão. Isso reforça a reapropriação pelos escravos das denominações do tráfico, utilizando-as como forma de se organizarem política e culturalmente. 

Apropriando e dando novos significados aos símbolos e práticas católicas, os cativos praticaram o sincretismo que alcança diversos sentidos como mistura, confusão, combinação, superposição, síntese, entre outros, de maneira a ressignificar as suas próprias crenças e rituais. Nessa perspectiva, as irmandades recebem um caráter para além de religioso e tornam-se algo importante para a vida social dos negros. Mesmo em dimensões que absorvem significados para além daqueles colocados pelo catolicismo, as manifestações dos negros adquirem sentidos próprios.


Os Sudaneses e os Bantos

Como dito anteriormente, no quadro da escravidão brasileira, essas novas identidades entre africanos seriam, muitas vezes, criadas tendo como base os rótulos conferidos aos escravos pelo tráfico. 
Sendo assim, os africanos que vieram escravizados para o Brasil podem ser agrupados basicamente em dois grandes conjuntos étnicos: os sudaneses e os bantos.

Os sudaneses são da região do Niger, na África Ocidental. Dentre eles, se destacam os nagôs (yorubas) da Costa dos Escravos, os jêje da mesma região e os mina da Costa do Ouro. Dos três grandes ramos sudaneses – ocidentais, centrais e orientais - vieram
principalmente para o Brasil, em ordem de importância, os ocidentais (nagô, gêge, mina, mandinga) e os centrais (haussa, bornú, kanúri).

Os bantos, entre eles os congo e angola, vivenciando uma cultura bastante
diferenciada da dos sudaneses, foram introdutores no Brasil de elementos culturais que
marcaram as tradições populares das festas do boi, capoeiras, batuques assim como
danças, ritmos, instrumentos musicais.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Qual é a diferença entre o vestibular e o ENEM?


O VESTIBULAR está com os dias contados. Pra ontem? Também nem tanto, mas vai acabar!
Por exemplo, a última universidade federal criada no Rio Grande do Sul (a antiga FFFCMPA, que era ligada a UFRGS e atual UFCMPA) e hoje é voltada para a área da saúde, tem o seu sistema de ingresso totalmente voltado para o ENEM.

O VESTIBULAR não tem como problema apenas o fato de ser uma decoreba. Ele também desloca uma grande quantidade de energia e de recursos da Universidade. Quem prepara as questões para o vestibular da UFRGS? Os próprios professores, que não recebem a mais por isso e nem tem tempo disponível para pensar sobre o que os alunos estão aprendendo ou deixando de aprender, não tem tempo para desenvolver questões interdisciplinares com profissionais de outras áreas. Ou seja, as questões de VESTIBULAR  se limitam à pesquisa que os professores realizam nas suas áreas. E elas não são voltadas para o ensino, são voltadas para a ciência, para a produtividade, enfim, para o Estado.

O ENEM veio para mudar este quadro, inclusive, pelo reconhecimento internacional que ele tem, onde, as questões buscam trabalhar o lado cognitivo dos alunos, trabalhar a interpretação e a resolução de situações-problema. Reconhecimento internacional porque o Brasil, na Conferência de Jomtien, Taiândia, 1990, assinou acordo com a ONU (Unicef) onde se comprometia a universalizar o acesso a educação e a buscar a equidade. O programa do ENEM está nas gavetas do governo desde então, mas só a partir de 2003 ganhou força parlamentar suficiente para ser aplicado. E vejam quanta polêmica gerou e ainda gera.

Daqui pra frente ele que deve tomar as rédeas da educação no país. Até então, o vestibular da federal de cada estado é quem dava as diretrizes dos Ensinos Médios. E o vestibular mãe, que a maioria das Universidade Federais seguia - inclusive a UFRGS - , era o da USP (Fuvest).
Hoje, muitas escolas estão modificando seu currículo para adaptá-lo ao ENEM.
Ainda bem. O ENEM é muito mais inteligente, mais bem elaborado e mais democrático. É bem menos provável de os alunos zerarem a prova, mas gabaritar é muito mais difícil pois exige muitas habilidades e um apmlo conhecimento. A dica é

ESTUDEM PARA O ENEM!!!!