domingo, 18 de setembro de 2016

O Recuo da Globalização

A ideia central do processo de Globalização é uma diminuição da "dureza" das fronteiras de cada país, de modo que se aumente gradativamente a circulação de pessoas, ideias e mercadorias, aproximando culturalmente os diferentes povos do mundo. Esse movimento vem se desenhando desde as grandes navegações no século XV, quando o sistema econômico das Américas passa a interagir com os outros continentes (ainda que de maneira extremamente violenta). 
De lá para cá, o processo de industrialização passou por diversas etapas de expansão tecnológica e territorial, espalhando-se mundo afora. Durante a Guerra Fria e o mundo bipolar o avanço da globalização deu uma diminuída, mas retomou com toda força na década de 1990 com o fim da URSS. Então, inicialmente a retomada da globalização teve um recorte multicultural, com o fortalecimento da ONU, dos blocos econômicos e de algumas outras instituições internacionais como a OMC (antigo GATT), criação Tribunal Penal Internacional, o G20, e algumas outras. Mas a liderança americana também puxou para uma "unipolaridade", onde somente os EUA se colocaram como sendo os únicos capazes de puxar a locomotiva da globalização, o que gerou um certo desconforto entre seus aliados europeus e asiáticos. 
E a crise financeira de 2008 agravou este quadro, fazendo com que os países, individualmente, tenham aumentado o protecionismo de seus mercados, aumentado a proteção militar de suas fronteiras e de seu comércio internacional e, o que é mais grave, têm diminuído a participação nos organismos internacionais multilaterais.


Em suma, a Globalização está recuando e a tensão está aumentando!


sábado, 23 de abril de 2016

Tiradentes e São Jorge

23 de abril, dia de São Jorge!

O que pode haver de comum com o feriado de 21 de abril (Tiradentes) e a popularidade do santo católico?





Resposta: a economia da mineração.

Por que?

A Inconfidência Mineira, a qual Tirdentes era o líder, foi o primeiro movimento significativo de tentativa de independência brasileria em relação ao reinado português. Claro, a economia das Minas Gerais com a descoberta de ouro, tornara-se muito maior que a economia lusitana!


E foi nesse período de incremento da economia e da política colonial que a Igreja Católica passa a aceitar Irmandades de homens africanos e seus descendentes. Pasmem, até o século XVII nem o ritual de morte era permitido aos escravizados. E foi devido a essa aceitação cristã que o sincretismo religioso ganhou força no Brasil Colonial, a ponto de tornar-se referência da formação cultural dos povos. E foi nesse momento que santos como São Jorge, identificado com o Orixá Ogum, tornam-se populares.

segunda-feira, 28 de março de 2016

RECESSÃO ECONÔMICA E AMEAÇA DE CONFLITO NAS FRONTEIRAS RUSSAS

O mundo inteiro está em recessão econômica. Em 2015, apenas os EUA tiveram crescimento econômico pouco acima de 0% e mesmo assim, lá o desemprego segue alto – maior que nas economias que não cresceram. E analistas estadunidenses temem em especial que a contração econômica na Ásia possa gerar certo caos na geopolítica do continente. Hoje, a estabilidade das fronteiras e das relações entre os países está relativamente estável, mas sempre foram regiões de grande fragilidade nas relações entre os países.



A Rússia é o maior país do mundo e as suas fronteiras vão da Europa Central até o extremo oriente. Quando foi governada pelos soviéticos, até a década de 1990, a Rússia sustentava os laços com as lideranças soviéticas de outros países com a compra de matérias-primas para sua alta tecnologia militar (ferro, cobre, carvão, petróleo e gás), alguns bens de consumo manufaturados e de produtos agrícolas para alimentação de sua população (trigo, carne, aveia). Porém, na década de 1980 as lideranças soviéticas começavam a enfraquecer suas relações políticas em razão da crise econômica que se abatia sobre o mundo. Assim, como a elite soviética de Moscou, capital da Rússia, estava atropelando os aspectos econômicos em prol das relações políticas, uma hora a bolha estourou e logicamente logo passaram a comprar muito menos matérias-primas de seus parceiros.




Essa crise fazia crescer a oposição ao governo central soviético e a alternativa para esses grupos era, obviamente, se alinhar às instituições ocidentais capitalistas (como FMI, Banco Mundial). Como a economia ocidental estava melhor organizada, supunha-se que uma abertura do mercado melhoraria a economia dos países soviéticos. Mas Moscou não aceitava esse alinhamento. Em 1991, a União Soviética dissolveu-se e tornou-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).  Em alguns países, como a Tchecoslováquia, a unificação já não fazia sentido e as regiões tornaram-se independentes, nascendo a República Tcheca e a Eslováquia dois anos depois do fim da URSS, em 1993. Os países do leste europeu e do centro da Ásia foram abrindo, aos poucos, seus mercados para as empresas dos países ocidentais, como França Suécia, Inglaterra, EUA. Isso significava receber os produtos tecnológicos produzidos por esses países e a possibilidade de vender suas matérias-primas para outras nações, diversificar os seus clientes. Mas a expansão destas empresas transacionais do bloco ocidental durante a década de 1990, não correspondeu à expectativa econômica esperada pelos países da ex-União Soviética. E em 2000 o agente da inteligência russa, Vladimir Putin, foi eleito presidente.


PROSPERIDADE ECONÔMICA – parte da década de 2000, mais precisamente até o ano de 2008, foi de grande prosperidade econômica mundial. O forte ritmo da produção industrial demandava uma grande quantidade de matérias-primas como petróleo, gás, ferro, cobre, silício, algodão. Isso beneficiou muito as economias dos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia África do Sul) e do Oriente Médio. A maneira encontrada pelo governo Putin de trazer novamente para a esfera russa os países da ex-União Soviética, foi através de projetos faraônicos de dutos de petróleo e gás, ajudando os políticos vizinhos com ajuda em operações de inteligência e comprando parte da mídia local. E, claro, para proteger todos estes investimentos, foi montada uma forte presença militar.
Porém, desde a crise deflagrada em 2008 que a Rússia vem demonstrando manobras militares mais ousadas. Em 2008 invadiram a Geórgia para anexar a região da Ossétia e em 2014 anexaram a Criméia, iniciando uma guerra no leste ucraniano. Em 2015, intensificaram o apoio militar ao regime de Bashar Al-Assad na guerra civil que vem ocorrendo na Síria. O problema é que o apoio tem sido atingir os territórios inimigos ao regime com ataques aéreos indiscriminados, intensificando a miséria e a migração das populações não militantes.

OTAN X PACTO DE VARSÓVIA – alguns países da ex-URSS (e consequentemente pertencentes à Aliança Militar do Pacto de Varsóvia) se aproximaram e firmaram aliança militar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte. A questão é que na região dos Bálcãs e do leste europeu existe uma grande quantidade de população russa e católica ortodoxa (a principal religião na Rússia) e isso justifica a presença militar russa para proteger seus cidadãos, interesses e negócios. Mas existem já algumas resistências oficiais contra os abusos das autoridades russas e como a União Europeia está sendo pouco incisiva, tais países estão apelando para uma maior presença militar norte-americana. São países como a Polônia e países da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega) que estudam formar uma aliança e o Grupo Visegrad – formado pela República Tcheca, Hungria, Polônia e Eslováquia. Mas a Rússia respondeu com o anúncio de um grande investimento, o “Nord Stream 2”, um gasoduto que atravessaria da Rússia a Europa Central, fornecendo gás tambémpara a Europa Ocidental, aumentando a tensão entre pró-russos e pró-ocidentais.


O EUA tem se mantido à parte do conflito, mas bastante atento. A EU tem evitado maiores atritos com os russos, mas se a crise econômica persistir, diminuindo a legitimidade do governo Putin, é possível que os Russos percam o controle sobre as áreas conflituosas tanto no leste europeu quanto na Ásia Central, onde diversos governos autocráticos pró-russos estão enfraquecendo. Esperamos que não se repita a guerra civil balcânica que deixou mais de 100 mil mortos na década de 1990 e que opôs cristãos católicos, cristãos ortodoxos, muçulmanos, eslavos e gregos e que nem a OTAN nem a ONU conseguiram resolver. 

sábado, 20 de fevereiro de 2016

ARGENTINA, BRASIL, ASEAN e o MERCOSUL

ASEAN (associação dos países da Ásia do Sul - China, Japão, Índia e Coreia do Sul são os principais atores)

Argentina e Brasil são os principais parceiros e atores do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), criado em 1991. Mas já vem um bom tempo que este bloco econômico não vem impulsionando as relações comerciais entre os países-membros.

A expansão da China, embora um pouco mais lenta no momento, fez aumentar muito as exportações da Argentina para o sudeste Asiático. Em contrapartida, a retração econômica brasileira fez diminuir as exportações argentinas para o MERCOSUL em cerca de 20%.

Na Argentina, a eleição presidencial do Maurício Macri, representante da direita de commodities (trigo, soja, petróleo) deve enterrar de vez o projeto de integração dos mercados e dos povos da América do Sul.









quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

CINGAPURA NA GEOPOLÍTICA DO PACÍFICO!!

Um país de 719 kmpode ser o grande responsável por aproximar as grandes potências que cercam o sul Oceano Pacífico: Japão, China e Índia.

Japão e Índia tem aproximado asin redes de comunicações entre as suas Marinhas para combater atos de pirataria no Mar do Sul da China (que não é exclusivamente chinês). Essa aproximação favorece a presença dos EUA na área, que é parceira destes dos países.

E Cingapura? Este pequeno país ao sul da Malásia é um grande promotor da ideia da livre navegação no sul do Pacífico - ideia defendida pelos EUA  e seus parceiros. E tem, por isso, aumentado as relações comerciais com Índia e Japão.

A grande importância de Cingapura são seus laços culturais e comerciais com a China. Mas a sua moeda é o dólar. Assim, aproximando Japão e Índia através da ASEAN (bloco econômico e político que reúne os países do sul da Ásia), Cingapura pode aproximar EUA e China, que são hoje as duas maiores potências mundiais.

Tamanho territorial nem sempre é documento!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Os indígenas e o Estado brasileiro

Este mapa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra a distribuição das populações indígenas no Brasil. Acho que não existe estado sem a presença dos povos nativos das Américas. Embora a onipresença indígena, as marcas do colonialismo são muito fortes: assassinatos, conflitos com fazendeiros não-resolvidos pelo judiciário, falsa autonomia sobre
as terras, demarcações incompletas, etc.
Outro exemplo da relação desigual dos indígenas com o Estado brasileiro é a "tutela indígena", termo que começou a cair em desuso apenas na Constituição de 1988. O Estado brasileiro, antes, considerava os índios incapazes de conseguir aprender o que os homens brancos aprendiam, ou seja, não tinham a sua capacidade intelectual plenamente desenvolvida. Uma lei de 1962 dizia que "Os silvícolas ficarão sujeitos ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, o qual cessará à medida que se forem adaptando à civilização do País". Quer dizer, ou aprendia a ser cristão ou seria considerado como um animal (ou pior, um eterno retardado).

A Constituição de 1988 finalmente reconhecia a civilização indígena como completamente desenvolvida, mas ainda com certas restrições de autonomia da terra, mas dessa vez por questões econômicos e não raciais. A nossa Carta Maior buscava substituir o paradigma da "integração" para o da "interação". Um exemplo da preocupação econômica da exploração de terras indígenas é o parágrafo 3º do Capítuo VIII da Constituição de 1988:

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

Mas em 2014 foram 138 assassinatos, 135 suicídios (associados à falta de perspectiva) e 785 mortes infantis por falta de atendimento médico e condições sanitárias. Isso numa população de pouco mais de 800 mil pessoas. A legislação avançou, mas de maneira geral, a relação dos povos europeus com os povos nativos continua sendo violenta e colonialista.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Estudar escutando música é uma boa?

Normalmente não. Estudar é um condicionamento do cérebro. Então se você está estudando para o ENEM, que são provas de 5 horas de duração, em silêncio e individual, condicionar o cérebro a ouvir música enquanto estuda pode facilitar os famosos "apagões" que são tão comuns entre os candidatos. Assim, mesmo que se tenha facilidade em aprender ouvindo música (músicas calmas e sem letra são mais recomendadas ainda nestes casos), é uma boa dica que, às vezes, você estude sem os fones de ouvido, de maneira a simular uma situação de prova. E isso vale, também, para quem estuda deitado. A postura e o condicionamento emocional, assim como os conteúdos, fazem parte da seleção da prova.

Leia, exercite, concentre-se e mergulhe nos livros!

Lembrem-se sempre: quem tem objetividade vai mais longe!