sábado, 17 de outubro de 2015

O DÓLAR ALTO E A SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

Os grupos industriais do Brasil estavam reclamando que a produção de produtos manufaturados (bens de consumo como computadores, geladeira, carro, vestuário, etc.) vem num ritmo tipo jabuti em terra firme, a 0,5 km/h. Pois então, eis o remédio: a alta do dólar.
Para uma indústria crescer e se expandir ou aumentar a produção é necessário um empurrãozinho, seja investimento, empréstimo ou uma super demanda extra (o que for mais acessível e às vezes esses empurrõezinhos se somam também). 



Como a crise internacional não permite nem empréstimos razoáveis nem investimentos vultosos, resta criar a super demanda. E aí vem o preço do dólar.
Com o preço do dólar beirando os R$ 4,00, fica muito caro comprar os manufaturados no exterior e a demanda interna brasileira acaba se voltando para a indústria doméstica. 



O ministro Armando Monteiro publicou que a balança comercial brasileira deve fechar o ano de 2015 com saldo positivo de mais de US$ 15 bilhões e dobrar o resultado no ano que vem. As exportações de manufaturados para os Estados Unidos já registram crescimento de 5% neste ano. 

O nome deste movimento é "SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES". Substituir importações significa substituir pela produção interna, por produtos brasileiros. A alta do dólar como uma ferramenta para impulsionar a produção industrial interna é uma política que começou la na Era Getúlio Vargas, na década de 1930, e foi muito utilizada em outros países da América Latina, como Argentina, Chile e México. 

A política do nacional-desenvolvimentismo vem forte contra o liberalismo! 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A GLOBALIZAÇÃO OCIDENTAL

A GLOBALIZAÇÃO é Ocidental? E quem é o Ocidente? Não é todo país a oeste de Greenwich? 

Não. A identidade do Ocidente é formada, primariamente, por  EUA, Reino Unido e França, mesmo que haja divergências políticas entre eles.
O resto vem a reboque, com alternância de governos pró-ocidentais e governos mais autônomos, seja na Europa, ou seja na América.



A Globalização é um processo complexo, de mundialização da produção, de padronização de valores e de comportamentos. E como este não pode ser um processo isento, tem a cara do Ocidente.  No Brasil, muitos políticos e dirigentes considerados liberais são a favor da globalização, ou seja, de uma maior internacionalização da nossa economia. Mas aceitam essa interferência dos EUA ou da União Europeia, não da China ou Rússia. E vale lembrar que estes são os "5 policiais do mundo": EUA, Reino Unido, França, China e Rússia (que compõe o Conselho de Segurança da ONU). Somente estes países têm "autorização" para intervir em outro país, caso haja ameaça à segurança internacional




Outro exemplo de que a Globalização é ocidental é o sistema financeiro: os sistemas financeiros internacionais são formados praticamente 100% de instituições ocidentais, sendo que FMI e Banco Mundial nunca foram dirigidos por sul-americanos, africanos ou asiáticos. Recentemente os países do BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) fundaram um banco de financiamento internacional com o objetivo de complementar os sistemas já existentes, o Novo Banco Desenvolvimento (NDB).

A globalização não é algo que já aconteceu, é um processo que vem acontecendo e seguirá acontecendo por muitas décadas e muitos conflitos acontecerão em função destes choques de civilizações e de culturas diferentes. A ocidentalização da globalização vem diminuindo seu ritmo de crescimento, mas ainda é cedo para avaliarmos a atuação do NDB e dos BRICS nas relações internacionais e o seu peso no processo de globalização. Porém, essa diversificação na balança de poder é um processo irreversível. 



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A mecanização da produção agrícola e suas permanentes consequências

A Revolução Verde foi o processo de mecanização e a aplicação de novos fertilizantes e pesticidas na produção de grãos para a exportação (principalmente a soja) a partir da década de 1960. Esse grande aumento da produtividade ajudou a devastar diversos biomas brasileiros - entre eles os campos sulinos, o pantanal, cerrado e amazônia. E até hoje a expansão agrícola segue diminuindo as áreas de mata nativa, como se pode ver em relatório recente publicado pelo IBGE.Ela é responsável por 68,0% dos avanços em áreas florestais e áreas florestais mistas e 66,0% das mudanças nas pastagens naturais e campestres mistas.